Sunday, November 13, 2016

Confiar em Quem?

A subjetividade, as práticas isoladas e os atos agressivos, para não dizer violentos, no contexto do individualismo vigente, têm sido tão evidentes, que nem sabemos mais em quem acreditar. Isso vem provocando insegurança para todas as classes sociais e para toda a sociedade, inclusive desafiando o poder constituído e as autoridades que têm a tarefa de defender os cidadãos.

Diz a Palavra de Deus que Jesus “ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei” (Mc 1,22). Os que O ouviam, ficavam admirados com sua postura e identidade, porque conseguia convencer os ouvintes, que viam Nele autenticidade e fidelidade. Jesus não agia com atitudes individualistas, ao contrário, suas ações sempre foram em benefício do bem comum.

A palavra “confiança”, que é uma das melhores sensações da vida, significa ter a certeza de que podemos confiar em alguém. Isto tem sido cada vez mais raro, porque em todos os círculos, há um crescimento de fatos que desabonam a identidade de muitas pessoas. Faz a gente até pensar nos “doutores da Lei”, que foram citados por Jesus Cristo. Eles não viviam o que falavam.

As instituições se esforçam para realizar seus objetivos, mas são dirigidas por pessoas humanas, que nem sempre estão preparadas para importantes tarefas. Sendo mal administradas, perdem muito na credibilidade e passam a ser ineficientes na contribuição do desenvolvimento e da realização das pessoas.

A sociedade depende de entidades mediadoras dos conflitos sociais, mas que sejam bem administradas. Seus administradores devem ser pessoas de confiança, que agem com honestidade, justiça e com visão profética, isto é, eficiência nas realidades de hoje e visão avançada para o futuro. Seu agir deve ser desinteressado, visando às possibilidades em vista do progresso.

Ninguém é chamado a fazer coisas espantosas, mas a ser coerente em relação aos objetivos do que faz. Isto é o mínimo que se espera de um administrador, de um representante da sociedade e de um agente, de quem depende o bem coletivo. Sabemos que o mal está sempre presente, mas, com esforço, ele tem que ser superado com o testemunho autêntico de quem se coloca a serviço.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.

Tags :